quarta-feira, outubro 14, 2009

Bertram

ATgAAAC6Pwk4nfMw9oiKHHdcv51St9Sk-WzoKZfahny2La5v9PhMT-6IxBLCh8FtWj1wAAxo1JirYAAoMvAWsAscX-2jAJtU9VBP

O que é o homem? é a escuma que ferve hoje na torrente e amanha desmaia, alguma coisa de louco e movediço como a vaga, de fatal como o sepulcro! O que é a existência? Na mocidade é o caleidoscópio das ilusões, vive-se então da seiva do futuro. Depois envelhecemos: quando chegamos aos trinta anos e o suor das agonias nos  grisalhou os cabelos antes do tempo e murcharam, como nossas faces, as nossas esperanças, oscilamos entre o passado visionário e este amanhã do velho, gelado e ermo despido como um cadáver que se banha antes de dar a sepultura! Miséria! loucura!

 

Noite na Taverna – Álvares de Azevedo

Nenhum comentário:

Postar um comentário